PAI, QUAIS SERIAM OS TEUS 3 DESEJOS?
Sonhos
nos movimentam desde que a gente acredite neles, já sabemos. Eles começam na
infância onde, com certeza, nossa mente se permite sonhá-los e realiza-los numa
velocidade, intensidade e veracidade diferentes e intensamente intensas. Quem
nuca sonhou ser um super herói, ter poderes mágicos, e viajar no tempo caminho
afora? Aqui por casa, nesses “dias de folia”, no sábado, revivemos o clássico
da lâmpada mágica, seu gênio e o direito a 3 desejos numa versão adaptada e o
final dessa historinha rendeu um grande aprendizado.
Digo adaptada pois nessa versão não havia
lâmpada e sim um “pote” arredondado e o “gênio” era um dragão que estava em
busca da sua libertação e acesso ao portal da vida eterna. O menino não era um
árabe, mas tinha suas aventuras para fazer uma graninha extra a fim de reencontrar
sua grande paixão de infância.
Como
em tudo que há poder envolvido, ao receber o famoso “pote” o menino passou a
ser perseguido pois, pelo poder, o ser humano faz coisas que jamais vamos
entender, apenas sofrer. O certo, entretanto, é que o tal dragão, meio
apressado, saiu do confinamento, concedeu os desejos e aquele que possuía o direito
de escolha não tinha a mesma pressa que o dragão. Não vou contar o resto (Din e
o Dragão Genial) mas a cena
de onde partiu essa reflexão está no momento que o
pote é roubado e o “ladrão” faz seu desejo e tudo em que toca vira ouro (outra historinha
bem conhecida, lembram do Midas?)
Então,
domingo cedinho da manhã, ao tirar sua camiseta do pijama, meu filho de 6 anos
olhou para mim e assim, de bate-pronto, perguntou:
“ – PAI, Se você tivesse um pote com um
gênio quais seriam os teus 3 desejos?”
Confesso
que fui tomado de surpresa, parei, olhei bem nos olhos dele, pensei e respondi:
“ – Não sei filho, assim rápido, não
sei o que escolheria.”
Ele,
prontamente, olhou para mim e disse:
“ – Eu, escolheria tocar nas coisas
e tudo que eu tocasse....” (pausa para minha reflexão na velocidade da luz)
Nesse
momento meu pensamento andou na velocidade da luz e um sentimento de tristeza
me invadiu pois pensei, e de maneira muita clara, que ele iria querer tocar em
tudo, fazendo tudo virar ouro. Senti uma impotência, um lance de falha como
pai, uma falha na minha responsabilidade de lhe mostrar os caminhos da essência
da vida e o que realmente vale. Me decepcionei comigo e com ele também, fiz
vários julgamentos sobre o que ajustar para evitar o crescimento de mais um ser
humano que pudesse vir a esquecer o que é SER HUMANO.
Então,
e agora retornando a atenção a ele, escutei a frase com seu desejo completo:
“ – Eu, escolheria tocar nas coisas
e tudo que eu tocasse ganharia VIDA PARA SEMPRE”
Confesso
que minhas pernas amoleceram, meu coração acelerou e meus olhos se encheram de
lágrima. Rapidamente e internamente pedi desculpas a mim por ter pensado e
julgado tão severamente um SER de LUZ que carrega consigo aquilo que eu tanto
batalho para retomar pois sei que está fazendo falta no mundo. Pedi desculpas a
ele, sei que não entendeu bem o por quê daquilo naquele momento, mas dentro da
sua generosidade me abraçou calorosamente e falou:
“ – Daí pai, a gente ia poder viver
a vida todo com tudo e todos que a gente ama.”
Preciso
escrever mais nada não, né? Abençoado dia para você.
Ahh Daniel, acabei de ler o texto, e confesso que o pouco que conheço do Nicolas, esperava uma resposta dessas, ele é um menino muito especial realmente como tu te referes a ele, um ser de LUZ!! Parabéns 👏
ResponderExcluirGRATIDÃO
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