ESTAMOS EVOLUINDO?
Tenho um irmão de coração que me fala
ser a chuva as lágrimas de emoção de Cristo ao ver seus filhos felizes na
Terra. Acho que na semana pela qual passamos essas lágrimas foram de tristeza pela
maneira como nós, seres humanos tidos como racionais, estamos conduzindo.
A natureza está chorando e nessa semana o pranto foi intenso, talvez
a manifestação de dor mais intensa por parte dela nos últimos tempos. Vidas
foram levadas, cidades foram e estão arrasadas e o ser humano, no alto de sua “superioridade”,
já encontrou culpados. Os fenômenos climáticos, a fúria do clima, a intensidade
da chuva, a brusca oscilação de temperatura, El Nino, La Nina, seja
a expressão escolhida são os culpados por tudo.
Apontar culpados sempre foi e será fácil
mas é interessante pensar que enquanto um dedo é direcionado à frente, vários
ficam direcionados para nós querendo nos avisar que precisamos refletir e
assumir nossa parte.
Não tenho dúvidas que o espaço onde você,
eu e nós moramos já foi diferente. Qualquer lugar que seja nesse planeta nós
chegamos depois e, para nossa sobrevivência, pois esse é o instinto, promovemos
“adaptações” para o nosso bem-estar e não perguntamos aos que aqui já
estavam se as ações tomadas eram as melhores escolhas.
Você vai dizer...”Mas Daniel? A natureza
não fala”.... e eu lhe retribuirei dizendo...”Será?”. Fala sim, mas para que a
gente entenda é preciso estar atento e, nesse sentido, atenção plena tem sido
nossa grande dificuldade. Imagine que estamos com dificuldade de darmos atenção
a nós mesmos, precisamos cursos e estudos para entender isso e, assim sendo,
estamos esquecendo do resto e novamente pensando apenas na gente.
Rios poluídos, desmatamento irregular e
desordenado, emissão de gazes, lixo descartado incorretamente, agrotóxicos ilícitos
e queimadas são apenas algumas das nossas “brilhantes ações” nesse mundo a fim
de evoluirmos. Será que estamos evoluindo? Será que somos evoluídos, tão
inteligentes e expertos como pensamos?
Penso que precisamos mudar a forma de
pensar e agir. Na disputa pelo nosso lugar penso que nossas “armas” estão sendo
letais e por mais que a gente pense que são mais fortes e garantam nossa “superioridade”
estamos descobrindo de maneira muito dolorosa que não são.
Os pássaros estão cantando mais cedo
pois o barulho que fazemos não permitem que eles se comuniquem durante o dia. Tem
Quero-quero fazendo ninho no pátio das casas pois as áreas verdes estão sendo
preenchidas de concreto. Para produzirmos “nossa” energia, mudamos o percurso e
a vazão dos rios e entendemos que isso é o melhor a ser feito. Tiramos da
natureza nosso sustento e quando o mesmo não é suficiente jogamos a ela
responsabilidade pela deficiência na produção.
Penso que essa semana foi uma tragédia. Estamos,
no momento, iniciando uma reconstrução e que ela não seja apenas das questões
materiais mas que também da maneira como devemos fazer esse universo.
Que a solidariedade que renasceu essa
semana entre nós seja ampliada para a natureza, ela também está destruída e
pedindo ajuda. Precisamos encontrar o equilíbrio caso contrário a parcela dessa conta vai aumentar e não vamos
conseguir pagar.
A grande discussão na semana foi que “FALTARAM
ALERTAS” à população sobre os riscos do que poderia acontecer. Penso que os
alertas estão sendo emitidos sistematicamente pela natureza mas não estamos dando
a atenção nem tomando ações para evitar a destruição.
Se hoje eu estou no calor do meu lar
pensando e escrevendo e você está aí, lendo e refletindo sobre meu escrito, é
bem provável que, dessa vez, sua casa, local de trabalho, cidade, não foram
atingidos. EIS UM ALERTA, ou mudamos nossas atitudes ou na próxima pode
ser a sua, a minha, a nossa casa, a nossa cidade.
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